segunda-feira, 31 de março de 2008

Entrevista com Sérgio Rizzo

1- Como você vê a questão da convergência de mídia e sua importância para o exercício do jornalismo? A convergência é um processo já iniciado e que tende a se aprofundar nas próximas décadas. Logo, o exercício do jornalismo passará obrigatoriamente por práticas, processos e estratégias que contemplem o cenário que se está desenhando, e que ainda me parece embrionário.

2- Visto que o meio em que trabalha é o impresso com versão online, quais, na sua opinião, são as vantagens e desvantagens de cada um dos meios? Entendo que a convergência praticada por veículos que operam em diferentes mídias tem justamente o objetivo de oferecer ao público produtos complementares. Já não enxergo um (papel) dissociado do outro (internet). O melhor exemplo que conheço dessa integração entre os conteúdos e as operações é o do "The New York Times".

3- O que acha da teoria de que o jornal on-line pode substituir o impresso no futuro? Em sua opinião a versão online afasta possíveis leitores da versão impressa? Se por acaso o impresso desaparecer, não será de um dia para o outro. Seremos capazes de notar o processo, se ainda estivermos por aqui. E o raciocínio não é o de "afastar" leitores, mas conquistar leitores: ou seja, pessoas que não leriam mesmo a versão impressa, por "n" razoões, mas que podem desenvolver o hábito de acessar a eletrônica.

4- Quando se faz jornalismo na internet deve ser feita alguma adaptação na linguagem? Depende da situação, do texto, do objetivo do veículo/portal, de suas diferentes áreas de conteúdo etc.

5- Você escreve para ambos os meios, como é essa experiência? Quais os recursos que utiliza na internet que o impresso não permite e vice versa? Em linhas gerais, o espaço no impresso é limitado, e o da internet tem maior maleabilidade; o fechamento antecipado do impresso o "esfria", enquanto a internet é sempre "quente". Mas os princípios que norteiam a prática do jornalismo são (ou deveriam ser) os mesmos.

6- Você acha que da versão impressa para a on-line o público-alvo se altera? Por quê? Não tenho dados para falar sobre isso. Tenho apenas a impressão de que muitos usuários da internet não são leitores de jornais e revistas (bem como de livros). A maioria dos leitores de jornais e revistas, no entanto, também é internauta.

7- A maneira como a sociedade analisa as notícias e a própria mídia muda diante da convergência de mídia? Sim. Multiplicam-se as fontes de informação e as vozes que atuam no debate. Com isso, altera-se o próprio debate.

8- Com a convergência de mídia, os leitores passam a participar mais nos meios de comunicação, fazendo mais críticas ou exigindo uma melhor qualidade do conteúdo e das produções? Não consigo identificar esse fenômeno. Desconfio, com base na minha experiência, que os leitores de jornais e revistas são mais atentos, letrados e exigentes, na média, do que internautas.

9 - A convergência de mídia é algo bom para a crítica da mídia, ou seja, isso ajudaria a desenvolver na sociedade e no próprio jornalismo um senso crítico, mais compromissado com a qualidade e veracidade? É preciso que a convergência seja usada pela sociedade para isso, com a criação de espaços destinados a essa reflexão. É preciso que a convergência seja usada pela sociedade para isso, com a criação de espaços destinados a essa reflexão.

Sérgio Rizzo é formado em jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo, mestre em Artes/Cinema pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) e doutorando em Ciências da Comunicação também pela ECA/USP.
Rizzo é crítico de cinema do jornal Folha de S. Paulo (tanto na versão impressa quanto na online), editor da revista "Educação", consultor editorial da revista "Stadium" e colaborador das revistas "Set", "Viração", "Língua Portuguesa", "Idéia Social" e do portal "Yahoo! Brasil". Foi editor do "Almanaque Abril" e do "Guia do Estudante", editor dos guias de cinema da Editora Nova Cultural, editor de livros da Editora Brasiliense, subeditor de Internacional do "Diário Comércio & Indústria" e editor-chefe da Abril Jovem, entre outras atividades. Sérgio Rizzo também é professor no curso de jornalismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie e no curso de especialização em jornalismo cultural da Universidade Metodista de São Paulo. Integra o Conselho Deliberativo do IJOR - Instituto Livre de Jornalismo, do qual foi o primeiro diretor-presidente. É co-autor da coletânea de ensaios Comunicação na Pólis (Ed. Vozes) e escreveu os textos de Vitória - Ayrton Senna (Ed. Melhoramentos).

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Convergência Digital e Divergência de Mídia

Em relação à chamada convergência de mídia, há um grande debate no que diz respeito à substituição das diversas formas de mídia existentes hoje e as que poderão vir no futuro. Qual aparelho deve consolidar o rádio, televisão, computador, jornais, telefone etc?

A favor dos PC’s, um argumento simples é o de que este aparelho já apresenta características necessárias à convergência, faltando apenas uma pequena modificação de hardware para que ele possa receber sinais analógicos. A favor dos televisores, há o argumento de que embora seja necessário instalar mais hardware, o preço seria muito pequeno.

A discussão a respeito do “super aparelho” porém, está tirando a atenção do ponto principal de todo o processo de evolução tecnológica em curso: o aumento das possibilidades de comunicação, troca de informações e de produção de conhecimento.

Ao invés de querermos adivinhar se as pessoas vão assistir tv nos PCs ou se vão navegar na internet em seus televisores, ou se ainda o acesso móvel irá superar o fixo, devemos imaginar que todas essas possibilidades existirão e que as próprias pessoas deverão compor seu portfólio de alternativas de acordo com a renda, idade, região, cultura... Ou seja, não faz sentido assumir que existirá um único aparelho capaz de substituir todos os outros.

Chega-se a conclusão, em relação à convergência de mídia, que deve haver sim novos aparelhos com a capacidade de receber informações hoje dispersas nas várias formas de mídia.

Olhando por outro ângulo porém, podemos dizer que vai haver na realidade é uma divergência dos conteúdos para as diversas formas de mídia. Essas diversas formas de mídia terão condição de, individualmente, comunicar conteúdos que hoje estão restritos a aparelhos específicos. Ou seja, vão existir sites de busca nos PCs, na televisão, no celular, no handheld...

Um outro ponto é que existem muitos tipos de linguagens ou formatos: as informações podem estar em arquivos de texto, Excel ou HTML por exemplo, e um aparelho específico pode não conseguir trabalhar essas informações. O próximo passo seria padronizar os diversos tipos de formato de conteúdo em um formato único. Desta forma, os novos aparelhos (tv, celular...) precisariam entender apenas um único tipo de formato para poder disponibilizar os mais diversos tipos de conteúdo.

Pensando de forma mais ampla uma questão que se coloca para possibilitar a convergência (e a divergência de mídia) é a integração dos diversos tipos de sistemas já existentes. Essa evolução poderá se dar com a substituição dos atuais sistemas ou com a implantação de camadas intermediárias de sistemas.

Concluindo, a idéia de convergência existe enquanto padronização de formatos, linguagens, métodos, processos. Ou seja, a possibilidade de se digitalizar os mais diversos tipos de informação está possibilitando a padronização e , consequentemente, a convergência. Para mídia, entretanto, preferimos pensar na escolha das pessoas, o que nos permite concluir que é muito mais provável que ocorra um processo simultâneo de convergência e de divergência de mídia.

Fonte: www.ec-corp.com.br/midia/2002/mar/convergencia_divergencia.htm

Postado por Pedro Marques

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

TV pela internet: a TV do futuro

Será que vale a pena comprar uma TV nessa época em que vivemos? “Uai”, mas porquê não? Aqueles velhos caixotes de 14” e setenta centímetros de espessura, que pesam horrores, estão cada vez mais modernos. Agora possuem telas planas, com 2 cm de espessura, de plasma ou cristal líquido, podendo ser pequenas como um celular ou ter até mesmo 52”. Não existem mais apenas os canais abertos. Canais de TV a cabo, parabólica, TV’s por assinatura via outras antenas entre outra opções, formam o leque de escolhas para o espectador. A qualidade de som e imagem sofrem melhoras constantemente. E os preços e modo de pagamento possibilitam a compra de um aparelho para quase toda a população. Por que não seria viável? Com a modernidade, um concorrente a altura da televisão surgiu. A Internet em parceria com os computadores vem tomando espaço da TV no universo das mídias. Praticamente toda a programação apresentada na rede televisiva tem sido digitalizada e disponibilizada em sites pela internet. Na maioria são sites que possuem tema específico, que disponibilizam em seus arquivos documentários, entrevistas, episódios e tudo o mais. As próprias emissoras de televisão disponibilizam certos programas na rede. Isso ocorre justamente pelo fato que os computadores têm sido ligados mais do que as TV’s. A justificativa é simples: comodidade. Via Internet, o telespectador pode assistir o que desejar, no horário que preferir, quantas vezes quiser e ainda assistir em partes. Sites de esporte, noticiário, rock, de canais de TV, novelas, de desenho animado. Existe de tudo na internet. Inclusive um site que contenha todos os temas como o Youtube. O espectador quer assistir um vídeo sobre Dragão de Cômodo, ele encontra no Youtube. (Pode procurar.) Mas a televisão não vai deixar de existir, pelo menos nas próximas décadas ela ainda vai estar presente nos lares. Os computadores e a internet não conseguem predominar mais rápido porque nem todos ainda sabem ultilizá-los. Por ser um aparelho que foi popularizado bem mais recentemente do que as televisões, grande parte da população acima de cinqüenta anos não sabem manipular os computadores, sendo mais fácil para esses assistir TV. Os computadores também já possuem preços bem viáveis, facilitando essa convergência de mídia. Aos poucos, as emissoras de TV se tornarão emissoras de Internet e a nova TV vai virá habitual. Já existem até aparelhos com controle remoto. Então abra sua cervejinha e ligue o PC. A TV do futuro já começou, a TV pela internet.


Postado por Frederico Mundim

Fazer jornalismo online dá trabalho

Qualquer mudança no NYT é acompanhada com atenção pelo mercado

Talvez esse seja o último capítulo neste ano do reposicionamento do The New York Times, um dos mais importantes jornais do mundo. Um reposicionamento que começou com:

1) União das redações do site e impresso em um mesmo prédio. Tudo multimídia
2) Contratação de profissionais que fizeram nome nas novas mídias [ Brian Stelter, do blog TV Newser].
3) Uso de ferramentas de código aberto [Wordpress nos blogs da casa].
4) Abertura de blogs do jornal. Até a equipe de TI tem um blog, onde troca informações com desenvolvedores externos ao jornal.
5) Testes com novos formatos - inclusive newsgaming.
6) Otimização do conteúdo em mecanismos de buscas e o acesso gratuito a todas as seções do site do jornal.
7) "Terceirização" do conteúdo, linkando para blogs e sites externos.

E, por fim, a redação passará a adotar uma nova política de atualização dos arquivos. Por exemplo, se uma notícia diz que fulano foi acusado de um crime, e, dois meses depois, essa pessoa é considerada inocente, as notícias que estão no arquivo sobre ela devem ser atualizadas com a informação de sua inocência.


Redação é verde: evita desperdícios com luz e papel

Faz sentido. O NYT abriu o acesso aos seus arquivos e agora todo o conteúdo do banco de dados está disponível na rede. Uma pessoa que acessa a notícia via Google pode achar que ela é a mais atualizada possível.

Cá entre nós, é algo que os blogueiros mais atentos fazem há tempos. Atualizar informações de posts antigos. Esses blogueiros já perceberam que existem dois tipos de leitores - os que chegam via Google e direto via home. Os dois querem informações atualizadas.

Se nem as fotos ficam mais amarelas na web, imagine as notícias…

Por essas e outras, a gente vê que o NYT já passou da fase do jornalismo CTRL C + CTRL V. Sabe a importância da notícia de ontem. Trabalha em cima de um dos principais diferenciais do jornalismo feito com o apoio da internet - atemporalidade da infomação. Não existe mais notícia velha. Todas as notícias devem ter tratamento igual, pois podem ser acessadas a qualquer momento pelo leitor.

Eles já sintonizam a TV digital

(Agência Estado) Qua, 28 Nov - 14h00

Por Maurício Moraes e Silva

São Paulo, 28 (AE) - A TV digital brasileira estréia em São Paulo no próximo domingo (02), com a promessa de provocar uma revolução na telinha dos telespectadores. Fala-se de imagens com qualidade jamais vista, som de cinema, interatividade... um verdadeiro show. Em seguida chegam às lojas os conversores ou set-top boxes, equipamentos que, ligados a uma antena, captam o novo tipo de sinal e o exibem em uma televisão comum.
Mas será que a mudança será grande mesmo? Vai valer a pena? Para encontrar as respostas, a reportagem testou seis modelos de decodificadores, dos mais básicos aos que conseguem exibir imagens em alta definição, com 1.080 linhas (mais do que o dobro da TV que vemos hoje em casa).

VALE A PENA COMPRAR UM CONVERSOR?

A contagem regressiva está acabando e a tão falada TV digital vai finalmente sair do papel. Ao contrário do que muita gente imagina, entrar nesse novo mundo não será complicado. Bastará ter uma antena UHF ligada a um conversor e conectar este último a uma televisão, que pode ser até mesmo uma daquelas mais antigas. Isso vale só para quem mora na cidade de São Paulo - as transmissões vão chegar a outras capitais e cidades só a partir de 2008.

Para aproveitar tudo o que o sistema vai oferecer, no entanto, será indispensável possuir um bom saldo bancário. Não dá para comprar qualquer set-top box, muito menos ligá-lo a uma TV mequetrefe, para conferir as imagens em alta definição (HDTV). É justamente esse o maior atrativo que as emissoras vão oferecer a partir de domingo. É, amigo... Aí, só mesmo tendo em casa modelos topo de linha, que, por enquanto, custam uma pequena fortuna.

A interatividade e o som de cinema vão ficar para um futuro incerto. Então é melhor esquecer essa história? Calma aí. O sinal digital poderá trazer benefícios para quem não paga TV por assinatura e conta com recepção ruim em casa, porque os canais não terão mais interferência ou fantasmas. Garantido. A outra vantagem: dará para assistir a qualquer programa em movimento, no celular ou em outros dispositivos portáteis compatíveis com o sistema.

E tudo isso se tornará realidade a partir da semana que vem na capital paulista. A reportagem testou, em primeira mão, seis decodificadores capazes de sintonizar a TV digital. Cinco deles - das marcas Aiko, Philips, Positivo, Semp Toshiba e Visiontec - podem ser conectados a qualquer TV, enquanto o outro, da Tec Toy, capta o sinal digital móvel e funciona ligado a qualquer notebook ou computador.

Para analisar a qualidade das imagens, foi utilizado o sinal experimental que algumas das emissoras já começaram a transmitir. Com uma antena interna, deu para sintonizar Globo, SBT, Record, Gazeta e MTV no prédio do Estado, na zona norte da cidade. A Globo exibiu capítulos da novela Duas Caras, o jogo Brasil X Uruguai e algumas gravações antigas em alta definição. A MTV reprisou o VMB nesse formato.

A estréia oficial não vai mudar muita coisa. Poucos programas vão trazer alta qualidade de imagem - na maior parte do tempo, a transmissão terá 480 linhas. Os equipamentos também estão com preço muito alto: vão de R$ 700 a R$ 1.200, mesmo valor de uma TV de tubo de 29 polegadas. Já as TVs com conversor embutido não saem por menos de R$ 8.000. A tendência é que os preços caiam. Melhor esperar até a poeira do lançamento baixar.

Fonte: http://br.tecnologia.yahoo.com/article/28112007/25/tecnologia-noticias-ja-sintonizam-tv-digital.html

Postado por Frederico Mundim

Emissoras se preparam para TV digital; público tem dúvida


Imagem em alta definição, som surround, mobilidade, portabilidade, interatividade. As qualidades tão aclamadas da TV digital prometem revolucionar a televisão aberta brasileira. O modelo, que estréia no domingo, dia 2, em São Paulo, com pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deve proporcionar mais impacto do que a troca do televisor preto-e-branco pelo colorido. O telespectador, no entanto, tem mais dúvidas que empolgação diante da novidade. Afinal, como vai funcionar a TV digital?

Basicamente, a diferença está na forma de transmissão da programação, que hoje é analógica e, com a mudança, passa a ser digital. Para desfrutar da tecnologia, bastará adquirir um televisor com o receptor embutido ou ligar um conversor chamado set-top box ao aparelho e à antena UHF que já estão em casa. Apesar de simples, a 'conversão' para o mundo da TV digital é cara: os televisores modernos custam, no mínimo, R$ 8 mil, e o conversor não sai por menos de R$ 500. Quem não quiser ou não puder colocar a mão no bolso continuará recebendo o sinal analógico nos próximos dez anos - prazo máximo para o fim da transmissão pelo modelo atual. "O telespectador com conversor ou com televisor digital recebe a imagem com qualidade máxima ou não recebe", afirma José Chaves, diretor de Engenharia da TV Cultura.

As vantagens, porém, chamam atenção. O novo sistema promete imagem nítida (ou seja, adeus a chuviscos e fantasmas) e som igual ao das salas de cinema. Também será possível assistir à programação por celular e outros aparelhos portáteis e interagir com o programa preferido - os dois últimos recursos, contudo, não entram em cena agora. Os televisores de plasma ou LCD que ganharem o set-top box ainda terão imagens em alta definição.

Emissoras

As principais emissoras do País (Globo, Record, SBT, Band e Cultura) investem pesado na novidade. As redes compraram equipamentos e treinaram funcionários para recepcionar e distribuir o sistema. Figurinistas, cenógrafos, maquiadores e demais profissionais que atuam nos bastidores tiveram de 'reaprender' a trabalhar. Afinal, será preciso tomar cuidado com os detalhes por conta da qualidade de captação e de transmissão que chegará às TVs digitais a partir do dia 2.

"A alta definição exige soluções específicas em setores técnicos, como vídeo, áudio, iluminação, fotografia, e também em outras áreas, como cenografia, maquiagem e figurino. Isso porque a maior resolução faz com que os detalhes fiquem seis vezes mais perceptíveis. Os maiores impactos dessa transição ocorrem na construção e nos acabamentos de cenários e na maquiagem", diz Raymundo Barros, diretor de Engenharia da Globo.

Alguns exemplos: Duas Caras, da Globo, e Dance, Dance, Dance, da Band, são produzidas em alta definição. A marca de um dedo no vidro do porta-retratos da mansão de Branca (Suzana Vieira), personagem de Duas Caras, poderá ser vista pelo telespectador. E uma possível acne no rosto de Sofia (Juliana Baroni) em Dance, Dance, Dance não poderá mais ser escondida com camadas de base sem que o público perceba que a pele está maquiada.

Apesar da força-tarefa das empresas, a TV digital e a alta definição devem estrear para poucos por causa dos preços salgados dos conversores e dos aparelhos modernos. No domingo, os canais inauguram o sinal digital e uma pequena parte da programação em alta definição. A Globo testa o benefício com um novo quadro do Fantástico. A Band mostra o Programa Raul Gil, futebol e um especial com o cantor italiano Andrea Bocelli. Record e SBT entram na onda com os filmes da Tela Máxima e do Oito e Meia no Cinema, respectivamente. Na segunda-feira, os longas e as novelas Duas Caras e Dance, Dance, Dance poderão ser assistidos em alta definição.

As informações são do Jornal da Tarde

Fonte: http://br.noticias.yahoo.com/s/28112007/25/entretenimento-emissoras-se-preparam-tv-digital-publico-duvida.html

Postado por Frederico Mundim

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Os desafios da convergência da mídia na TV pública


Tem-se que qualquer espaço,veículo ou tecnologia que permita a exposição de uma mensagem (na maioria das vezes de caráter publicitário) a um grande número de pessoas , ou a um segmento de público específico, torna-se rapidamente um instrumento midiático.Dessa maneira a mídia torna-se central na sociedade, tendo em vista que o consumo continuadamente crescente, vital para a manutenção do capitalismo contemporâneo, é dependente da permanente exposição das idéias, imagens e produtos ao público consumidor.
O funcionamento do sistema de comunicação das últimas décadas tem como elemento essencial, a convergência de mídia.Os diversos veículos passaram gradativamente a atuar de forma convergente, formando um sistema unificado, que aos poucos se tornou a tônica da produção de difusão dos conteúdos midiáticos.

A principal característica desta atuação convergente reside na necessidade permanente de construção de uma audiência/público.E isso se deu antes mesmo de uma convergência tecnológica de natureza digital.
Na busca de visibilidade crescente, o sistema midiático segue uma trajetória de ocupação dos espaços onde a vida social costumeiramente acontece, superpondo-se aos espaços públicos, criando uma nova ambientação para a vida social, econômica, cultural e política. Assumindo o caráter de ambiente social, a mídia termina por se configurar como um novo espaço público, que transforma os significados clássicos de cidadão e de cidadania, política, de direitos e de consumo. Por sua importância e abrangência a televisão assume o papel de protagonista deste cenário, tendo construído, desde os anos 50, o modelo paradigmático de funcionamento do setor.

O I Fórum Nacional de TV´s Públicas, ocorrido em Brasília entre os dias 08 e 11 de maio de 2007, foi a terceira etapa de um processo iniciado em setembro de 2006, e sintetizou etapas anteriores de produção de Diagnósticos Setoriais pelas entidades do Campo Público de Televisão (emissoras universitárias, comunitárias, legislativas e educativas) e de reuniões preparatórias por Grupos Temáticos de Trabalho.

Em seu documento final denominado “Manifesto Por Uma TV Pública e Democrática” afirma que: “o Brasil precisa, no seu trilhar em busca da democracia com igualdade e justiça social, de TVs Públicas independentes, democráticas e não partidárias”. Vislumbrou-se aqui a forte intenção da sociedade em retomar espaços ocupados pela denominada TV comercial, sinalizando o caráter público da comunicação e trazendo à baila importantes questões para a construção dos destinos futuros das sociedades contemporâneas.

Quais seriam os limites dos interesses privados na comunicação de massa, frente à realidade da utilização de concessões públicas? Como construir um sistema de controle social da mídia que não fira os princípios de liberdade de expressão e informação? Que campo de liberdades estamos tratando, quando falamos da expressão e informação gestadas e difundidas por sistemas que visam o lucro privado? Quais os limites expressivos para os trabalhadores, jornalistas e artistas, dessas empresas? Quais os impactos da mudança das plataformas tecnológicas nos modelos de negócio, no potencial de democratização do sistema e na criação de novos atores geradores de conteúdo no sistema midiático?




Texto adapatado por Géssica Mendes